O júri popular de Cristiano Gilberto Romualdo, acusado de matar a designer Denise Stella em abril de 2017, aconteceu na manhã desta quinta-feira (6) em Rio das Pedras (SP). Ele era chefe e amante da vítima, que estava grávida dele e teria se recusado a fazer o aborto, segundo denúncia do Ministério Público (MP).
O réu responde por homicídio qualificado por motivo torpe, com emprego de asfixia e tortura, mediante dissimulação e recurso que dificultou a defesa da vítima, e tendo praticado o crime contra a mulher por razões da condição do sexo feminino em menosprezo à condição de mulher.
O julgamento acontece na Câmara Municipal de Rio das Pedras, já que não há um espaço adequado para a sessão no fórum da cidade. Às 9h, o acusado já tinha chegado ao local e o rito de julgamento estava sendo preparado para acontecer no plenário. A audiência é presidida pelo juiz Dalton Lacerda Vidal Vital Filho e serão ouvidas cinco testemunhas de acusação. Sete jurados foram selecionados para o Conselho de Sentença.
A designer era moradora de Saltinho (SP) e foi morta na noite de 24 de abril de 2017. O corpo dela foi encontrado dois dias depois em um canavial entre Piracicaba (SP) e Tietê (SP). Denise mantinha um relacionamento secreto com o réu, que era casado e gerente da fábrica de roupas onde ela trabalhava. A vítima tinha 31 anos e estava grávida de dois meses.
Na época do crime, Cristiano confessou ter matado Denise, mas afirmou que teria se negado a romper com a esposa para ficar com a designer. Segundo a versão dele, a vítima não teria aceitado o fim do relacionamento, houve uma discussão e durante a briga ele a matou.
O réu permanece preso preventivamente desde o final de maio de 2017 na Penitenciária 2 de Tremembé (SP), quando venceu a prisão temporária dele.
Crime ‘bárbaro’, diz MP
A designer foi encontrada morta em um canavial na região de Rio das Pedras no dia 26 de abril de 2017. A vítima estava desaparecida desde o dia 24 e o carro dela foi achado também no meio de uma lavoura de cana.
De acordo com a investigação, a designer foi jantar na casa de uma amiga e depois foi encontrar o amante. Ela foi enterrada no Cemitério Municipal de Saltinho no dia 27 de abril.
Segundo o promotor Fábio Aparecido Gasque, que ofereceu a denúncia contra Cristiano na Justiça, o gerente agiu de forma dissimulada para fazê-la acreditar que iria assumir o relacionamento com ela e, ainda conforme Gaspe, para atraí-la para um encontro amoroso no local do crime, onde a agrediu de diversas formas e a asfixiou até a morte com o cinto de segurança do carro.
Também foi apontado pela investigação e pela perícia, que o suspeito agrediu Denise de forma inesperada.
O documento da Promotoria enviado à Justiça detalha ainda que, após consumar os crimes de homicídio e aborto, Cristiano assumiu a direção do veículo e seguiu pela estrada de terra, jogando o corpo da vítima em uma ribanceira de difícil acesso, visando ocultar o cadáver.
Segundo o promotor, Cristiano matou a amante porque ela estava grávida e ele não concordava com a gestação. Embora não tenha pedido para que a designer fizesse o aborto, Cristiano praticou esse crime ao matar a amante que ele sabia estar grávida, conforme a Promotoria.
Ao apresentar a denúncia, Gasque afirmou que o crime foi mais grave do que se pensava inicialmente. O promotor classificou o assassinato de "bárbaro", "cruel" e de uma "gravidade exacerbada".
Jornal da EPTV 2ª Edição - Campinas/Piracicaba
O réu Cristiano Gilberto Romualdo foi condenado a 31 anos e dois meses de prisão em regime fechado por matar a designer Denise Stella, de Saltinho (SP), em abril de 2017. Romualdo era chefe da vítima e mantinha um relacionamento extraconjugal com ela. Segundo o Ministério Público do estado (MP-SP), ele a matou asfixiada com o cinto de segurança do carro porque a designer estava grávida dele.
O júri popular que condenou Romualdo ocorreu durante esta quinta-feira (6) na Câmara Municipal de Rio das Pedras (SP). Foram ouvidas testemunhas de acusação e, em seguida, a Promotoria do MP-SP, responsável pela denúncia, e a defesa do condenado fizeram a sustentação oral.
Por volta de 18h30, o júri, composto por sete pessoas, deixou a sala e se reuniu para definir a condenação. Na volta, às 20h, o juiz Dalton Lacerda Vidal Vital Filho ouviu a decisão e definiu a sentença.
A pena por homicídio qualificado foi fixada em 25 anos e 6 meses, já que todas as qualificadoras foram aceitas. Ele também foi condenado por aborto, com pena de 4 anos e 8 meses, e ocultação de cadáver (1 ano).
Para o juiz, o homicídio foi quadruplamente qualificado: motivo torpe, com emprego de asfixia e tortura, mediante dissimulação e recurso que dificultou a defesa da vítima, e tendo praticado o crime contra a mulher por razões da condição do sexo feminino em menosprezo à condição de mulher.